Tipo e Forma do Diamante de Mandarim


Quando falamos em diamantes mandarins de exposição, uma das primeiras características de que nos devemos lembrar é o tipo e a forma, pois estas características são essenciais num mandarim de exposição.

É óbvio que há outras, tal como a cor, o desenho, a condição, o tamanho, sendo este último muitas vezes sobrevalorizado.
Se temos um mandarim muito grande, por vezes chamado de “gigante” erradamente, se esse mesmo mandarim não tiver as restantes qualidades necessárias, então nunca será um bom pássaro de exposição, não lhe valendo de nada ser grande.

Nas exposições, neste caso os mandarins, são avaliados como um todo, e é nisso que os criadores se devem concentrar, em conseguir criar pássaros completos.
No entanto, há características que são mais difíceis de conseguir, sendo o tipo e a forma sem dúvida das mais difíceis na minha opinião, ainda se torna mais difícil quando ao tipo e á forma tentamos juntar o tamanho, mas o objectivo é mesmo esse, conseguir pássaros o maior possível desde que sejam acompanhados de todas as outras características, aí sim, estaremos na presença de um bom mandarim de exposição.

O standard do diamante mandarim, como noutras raças não permanece estático, ao longo dos anos vai sofrendo alterações, e é obrigação dos criadores estarem atentos a estas alterações, coisa que nem sempre acontece.
Pelo que tenho visto a nível internacional, o que tem acontecido é que os mandarins são cada vez mais redondos, os bicos cada vez mais curtos e as cabeças maiores e bem implantadas não se notando o pescoço, a linha do dorso é uma só, suave e uniforme, não se notando qualquer tipo de ângulos, com o rabo a acompanhar suavemente a linha do dorso, nunca se deixando descair.

Isto a nível internacional, principalmente na Holanda e na Itália, que na minha opinião são os países onde se têm criado melhores mandarins nos últimos anos.
Quanto a Portugal, é com muito agrado que verifico que nos últimos anos temos vindo a acompanhar o ritmo internacional, prova disso são as recentes medalhas conquistadas por criadores portugueses em campeonatos do mundo, e também a satisfação dos juízes estrangeiros quando vêm julgar ao nosso país.

No entanto, nem tudo é bom, nem toda a gente acompanha o ritmo, continuo a ver nas nossas exposições pássaros sem qualquer qualidade, são pássaros compridos e esguios, são bicos muito compridos, são cabeças achatadas, pássaros barrigudos,etc, é um descalabro total.
E se repararem tudo o que mencionei agora está relacionado com o tipo e com a forma.

O meu alerta vai no sentido de que os criadores comecem a prestar mais atenção ao que estão a criar, porque por vezes não é uma questão de gastar dinheiro, é apenas uma questão de gastar algum tempo a observar o que se tem em casa.
Penso que a melhor forma de se evoluir é seleccionar bem os nossos pássaros, por vezes vendem-se pássaros que não se deviam vender e fica-se com alguns que até nem interessam muito, só porque têm esta ou aquela cor.

Penso que a melhor maneira para se fazer uma selecção correcta é colocar os pássaros em gaiolas de exposição, ora se estamos a criar pássaros para expor é na gaiola de exposição que vemos se eles são bons ou não, se escolhermos os pássaros quando eles estão na voadeira ou no viveiro de criação, o mais certo é não fazermos uma avaliação 100% correcta.

E quando chega a hora de fazer os casais penso que o processo deve ser o mesmo, e não me canso de dizer, procurem obter o tipo certo e a forma certa, se conseguirem o tamanho certo tanto melhor.
Na minha opinião devemos colocar os pássaros em gaiolas de exposição para avaliarmos os reprodutores,nunca se devem cruzar pássaros que tenham os mesmos defeitos, devemos usar a lei da compensação, se um pássaro fica demasiado deitado no poleiro devemos escolher um parceiro que tenha uma posição correcta, ou então um que fique demasiado levantado, desta forma alguns dos filhotes irão ter uma posição correcta, se um tem a cabeça achatada o outro deve ter uma boa cabeça, de preferência com boa altura acima do olho, devemos juntar pássaros o mais curtos e redondos possível, de maneira a fixar uma boa forma na nossa linhagem.

Sempre que possível devemos evitar usar pássaros muito compridos, esguios, com cabeças achatadas, com rabos descaídos e que não acompanhem a linha do dorso, porque geralmente este tipo de defeitos são genéticos e difíceis de eliminar.

Em jeito de resumo, o que se pretende são pássaros:
-CURTOS
-REDONDOS
-COM CABEÇAS GRANDES E BEM IMPLANTADAS, QUASE FAZENDO PARECER QUE NÃO TEM PESCOÇO
-BICOS PEQUENOS
-LINHA DO DORSO SEM ÂNGULOS, O MAIS RECTA POSSÍVEL DESDE A CABEÇA ATÉ AO RABO

Penso que isto é o mais difícil de se conseguir num mandarim de exposição, sendo os pontos chave onde os criadores se devem concentrar, claro que em todo este processo vamos sempre tentando conciliar tudo isto com as outras características, principalmente a cor e o desenho.

Aproveito para dizer que este artigo é 100% de minha autoria e baseado na minha experiência pessoal, espero que seja útil e que contribua para o desenvolvimento do diamante mandarim em Portugal.

Artigo retirado do Fórum dos Exóticos
http://forumdosexoticos.forumeiro.com/artigos-f13/o-tipo-e-a-forma-no-diamante-mandarim-t710.htm

Agradecimento ao Jorge Pinto